domingo, 20 de maio de 2012

Olá Universo!

Eu nasci nas estrelas e cheguei aqui há muito tempo.
Deixei a natureza me moldar.
Segui os caminhos da adaptação e me tornei mestre nisso.
Eu andei sozinho, em bando, no calor e no frio.
Enfrentei a fome, a sede e me encontrei com a morte várias vezes.
Observei a natureza e aprendi a resistir.
Juntei meus semelhantes e contei muitas histórias.
Dominei o medo, o fogo, a terra, a água, as plantas e os animais.
Fiz muitos amigos e criei uma família.
Milhares me seguiram. Outros me traíram.
Minhas histórias se tornaram lendas e mitos.
Meus inimigos me mataram e tomaram tudo de mim.
Conheci a escravidão, a comédia e a tragédia.
Me tornei rei e então matei meus inimigos.
Com as riquezas que roubei, construí grandes monumentos e palácios.
Conheci o poder, a glória, a honra, a dúvida, a inveja e a solidão.
Criei leis e decidi quem era inocente e quem era culpado.
Morri mais uma vez.
Procurei pela razão e segui os caminhos da sabedoria.
Aprendi a controlar meus instintos.
Minha mente se tornou minha aliada.
Tive muitos mestres e aprendizes.
Contemplei a natureza.
Tentei compreendê-la e passei a imitá-la.
Escrevi o que aprendi e bibliotecas populei.
Meu conhecimento me trouxe novas riquezas e novos palácios.
Conheci a guerra, a arte, a paixão, a pobreza e a fé.
Minha mente me traiu e procurei pelo criador.
Vários deuses eu criei e novas histórias eu contei.
A paz voltou à minha mente.
Conheci o sofrimento, a loucura e a miséria.
A escuridão passeou pelo meu corpo e pela minha alma.
Através de revoluções tentei melhorar o mundo.
Entendi a natureza e criei as máquinas.
Reinventei meu corpo e a minha mente.
Dominei a natureza e criei vida.
Pensei ser um deus e tentei dominar o mundo.
Morri mais uma vez.
Descobri a informação. Reinventei tudo.
Eu sou o Homem e essa é a minha era.
Estou pronto pra me adaptar, mais uma vez.
Olá Universo!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Luz da Tarde

A sombra que vejo no rosto do meu filho, em uma tarde no parque, nos meus braços, sorrindo.
Parece abraçar o mundo com seu olhos.
A minha menina, deitada em seu carrinho, olhando para o céu e descobrindo as folhas das árvores, ouvindo o som dos pássaros.
Parece conversar com a natureza com seu olhar.
A mãe segurando forte o guri em seus braços, tentando protegê-lo do mundo, apertando forte seu pequeno corpo.
Com os olhos fechados quer sentir o seu calor como se ainda pudesse tê-lo em sua barriga.
Num dia em que a luz da tarde nos presenteia com esses momentos, não damos o devido valor.
São pequenos momentos que não prestamos atenção.
Esses momentos em que apenas as fotos, que congelaram o tempo, nos revelam.
Das tecnologias que já criamos, a fotografia é ainda a que mais me fascina com as pequenas obras de arte que pode criar.